Pessoal, eu gostaria de dividir com vcs os acontecimentos e sensações que me invadiram logo após estabelecer uma rotina diária para minha vida com o mais novo membro da família: Pietrinho...
Pouco tempo depois de vir para minha casa eu precisei me organizar com relação ao que seria feito diariamente. Minha mãe voltou para o seu trabalho e cada um que se fez muito presente no ínicio, pouco à pouco, precisou se distanciar para continuar cuidando da própria vida..
Inicialmente ficou tudo muito confuso. A vida girava em torno basicamente das mamadas e trocas de fralda. O Pietro mamava de duas em duas horas, as vezes até menos e passava grande parte do tempo dormindo. Nesses intervalos eu deveria fazer alguma outra atividade tipo: cuidar das roupinhas dele, fazer algo para comer, sei-la... Coisas para fazer sempre tinha e tem, mas eu ficava tão "bolada" com medo do bebe regorgitar ou se afogar que eu não fazia quase nada... Só conseguia fazer alguma coisa quando alguém ficava de olho no soninho dele.
Confesso que me abandonei um pouco. Para algumas pessoas é fácil falar: Saia de casa, se arrume, se cuide, etc... Mas na realidade mesmo gente, isso não é muito fácil não...
Para mim e o bebe não havia muita diferença entre noite e dia, já que de duas em duas horas ele mamava... Geralmente eu tentava, muitas vezes em vão, cuidar de afazeres domésticos enquanto o neném dormia, mas as vezes não dava... Eu levantava de camisola e ao final do dia, meu marido ficava com o bebe para que eu podesse tomar um banho e colocar outra camisola! Eu não tinha muito ânimo e nem tempo para ficar me arrumando. Em duas horas acontecia o seguinte: mamar, arrotar, trocar, ficar acordadinho e dormir. Na maior parte das vezes eu aproveitava o tempinho livre para lavar as roupinhas do bebe à mão, comia qualquer coisa rápida que não exigisse cozimento ou fritura maior de 10 minutos, acessava rápido a internet, passava a roupinha seca do dia anterior e assim o dia transcorria... Ah! De hora em hora eu escaldava mamadeiras e tinha um ou dois banhos no bebe durante o dia que levavam mais ou menos meia hora cada um.
Não me acho menos mãe por não ter amamentado o período que gostaria por algumas razões que queria listar:
Eu quis amamentar
Escaldava mamadeiras de hora em hora. Quem amamenta não tem esse trabalho.
Escaldava mamadeiras de hora em hora. Quem amamenta não tem esse trabalho.
Preparava mamadeiras tomando cuidado com a temperatura e quantidade ideial. Quem amamenta não tem essa preocupação.
Como percebem, eu tinha algumas obrigações que a amamentação não me traria e saber disso me recompensava emocionalmente de alguma maneira. Não sei explicar porque...
Demorei um pouco para conseguir organizar a vida com meu bebe e isso me causou um pouco de stress. Primeiro porque sou, desde sempre, muito organizada. Segundo, porque a inexperiência e insegurança não me deixavam mapear as necessidades e assim elaborar ações que otimizassem a rotina. Terceiro porque eu morria de sono o tempo todo e isso me deixava de mal humor e meio zureta.
Sono... Gente isso merece sim ser citado de maneira especial.
Enquanto estamos grávidas, escutamos muitas pessoas nos aconselhando à dormir e isso tem muito fundamento. Se eu podesse voltar no tempo, com certeza eu teria descansado muuuuuuuito mais e dormido muuuito mais! Ao final do primeiro mês, após o nascimento do meu bebe eu estava exaurida de cansaço e sono. Cuidar de um bebe desgasta e exige muita energia. Você só se recupera se dormir bem e conseguir se alimentar direitinho. Não foi o meu caso e nem sei se tem alguma mãe de primeira viagem que consiga fazer isso...
O Pietro está com 6 meses completos e desde o seu nascimento, o máximo que consegui dormir foram 4 horas seguidas. Apesar de estar dormindo das 22hrs até as 6 da manhã, eu sempre acordo para verificar se ele está coberto, se ele "resmunga" eu vou olhar e não conseguiria jamais ficar na cama imaginando ser só um gemidinho inocente... Minha audição ficou apurada e meu sono nunca mais foi o mesmo. É um sono leve e que não costuma me deixar descansada... Acho que junto ao nascimento do meu filho, "faleceu" a dorminhoca que eu era... Não me queixo por nada disso, apenas digo que ocorre uma grande mudança depois que o bebe chega e não há ressalvas...
Quando o Pietro fez dois meses comecei à ter febre durante alguns dias. Meu leite já havia ido embora há alguns dias e apesar de só comer porcaria ( lachinhos rápidos e muito miojo ), eu estava me alimentando... Nessa época o bebe tinha crises de cólica devido ao Leite Artificial que estava tomando. Eu vivia ansiosa e tensa porque não podia deixar de alimenta-lo, mas sabia que depois da mamada ele começaria a gritar muito em breve... Ele se contorcia de dores por não conseguir evacuar e chorava desolado. O que eu fazia? Chorava junto!!! Pedia para ele me dizer o que eu deveria fazer ( como se ele já tivesse essa capacidade! rs )... Eu queria demais estancar aquela dor ou transferi-la para mim e a minha angustia era justamente por não ter esse poder...
Até encontrar o leite ideal, com o qual o meu filho se adaptou, eu vivia preparando mamadeiras com "água de ameixa" e aquecendo fraldas para diminuir as dores na barriguinha dele.
Voltando à questão da febre... Como não estava cedendo e eu começava á me sentir "fraca" fisicamente preferi ir ao médico. No Pronto Socorro fiz alguns exames que não acusaram nada, mas analisando a situação o médico diagnosticou: ESTAFA. Isso mesmo gente, eu estava tão exausta com a nova rotina que meu corpo gritou dizendo que não estava mais conseguindo... Me senti um lixo de mãe! Nunca tinha ouvido falar que alguma mãe se cansa de cuidar do próprio filho... O fato é que depois de expor ao médico esse ponto de vista, ele percebeu que eu não ficaria ali por opção e me deu um "calmantezinho" que não só me ajudou a pegar no sono como me fez dormir umas 12 horas seguidas...
Apesar de aborrecida eu acordei com uma sensação boa de descanso. Tive alta e voltei pra casa desesperada para ver meu filho. Ele estava ótimo! Sobreviveu sem mim tão bem que voltei a me sentir meio inúltil...rs
Olha gente, não é fácil ser mãe não... Exige demais seja fisicamente ou psicologicamente.
Comecei a dar uma atenção melhor a minha alimentação e tentei relaxar com relação às outras coisas. Eu cuidava do bebe do meu jeito, mas dando meu melhor e fazia o que dava. Priorizei o bem estar dele e o meu e o resto ficou para segundo, terceiro, quarto plano.
Vcs devem estar questionando? Mas essa criança não tinha PAI não? Ele não podia te ajudar?
Pietro tem um pai presente sim... Mas também de primeira viagem e acho que sentia tudo como eu estava sentindo. Ele não teve estafa ( rs ), mas fazia o possível para me ajudar... Mas filho é feito para os cuidados da mãe e nos primeiros meses o pai é um necessário coadjuvante apenas . Não me importo com os que discordam dessa minha opinião, porque para mim foi assim! Eu sempre fiz questão de cuidar do meu bebe e pedir ajuda só se fosse necessário. Sempre soube que meu filho dependia naquele momento muito mais de mim e era de minha responsabilidade cuidar do bem estar dele. Eu acho que a grande maioria das mães concordam que nossa cria é primeiramente só nossa... Aquelas que ainda não tem seu bebe, certamente saberão quando tiverem que o sentimento de posse é muito forte e não pode ser explicado ou mensurado com palavras...É um sentimento inexplicável e maravilhoso. A semente é plantada e cresce dentro do nosso ventre e confesso que as vezes é difícil aceitar que aquela sementinha nasceu e está crescendo à passos largos, adquirindo uma independência que muitas vezes me assusta.
Não quero que pensem que estou desmerecendo a participação do Pai na vida da criança. Apenas quero, usando minha PRÓPRIA EXPERIÊNCIA como referência, explicar que nos primeiros meses de vida a mãe vivencia e participa mais ativamente dos cuidados e da rotina diária do bebe.
Num dado momento, confesso que aquela rotina que girava só em torno do Pietro estava de fato me cansando. Passei à ter uma sensação de "aprisionamento" e saudade das coisas que costumava fazer. Minha auto estima não estava meio pra baixo. Eu queria me sentir bonita, últil, rever as pessoas e os lugares que há meses já não tinha contato físico. Eu recebia milhares de telefonemas e e-mails, mas eu queria mais que isso... Nessa mesma época me dei conta que minha licença maternidade estava terminando e me deparei com um dilema: Voltar ou não?
Meu maior desejo era me dividir em duas. Uma queria ficar e cuidar do bebe e a outra queria imediatamente retornar à dinamica rotina anterior ao parto. Chorei algumas semanas, sentia culpa por desejar voltar ao trabalho, sentia medo e percebi que ao longo dos anos vou vivenciar situações parecidas que sempre trarão à tona sentimentos como esse. Meu filho é parte de mim, da minha vida, da minha felicidade, enfim... Não imagino minha vida sem ele e me pergunto como vivi até hoje sem te-lo...rsrsrsrs Mas assim como ele é um indíviduo que em breve terá sua opinião própria, seus desejos e preferências, eu, a MÃE, também tinho e não poderia me anular usando a maternidade como desculpa hoje, para mais tarde culpar meu filho pelas frustrações de não ter vivido ou feito o que queria.
Não foi fácil, mas decidi voltar.
A primeira semana foi péssima, mas até nisso meu Pietro me surpreendeu. Se adaptou muito bem e não demonstrou aversão à nova rotina. Voltei ao trabalho, minha auto estima melhorou, voltei a ter desejo de cuidar de mim, do meu corpo, da minha mente... Me fez um bem enorme voltar! Percebi que eu poderia sim ser mãe e profissional e desempenhar os dois papeis muito bem. Quando digo "muito bem", considero meu padrão particular de qualidade viu gente...rsrsrsrs
E por falar nisso, eu acredito que qualidade é muito melhor que quantidade. Durante a semana, eu e o Pietro temos um tempo curto juntos, mas a qualidade desse tempo é ótima. Quando chegamos em casa, ficamos juntinhos todo tempo. Brincamos, canto para ele, leio histórias, vemos desenhos, enfim... E o marido? Fazemos isso juntos! Tenho a sorte de estar com Jack Sparrow... Ele não me cobra obrigação de preparar um jantar ou ser esposa nos momentos em que quero ser mãe. Nos finais de semanas passeamos juntos e apesar de muitos contratempos, somos sim uma família feliz. Estamos aprendendo muito com nosso filho e eu percebo que estamos também evoluindo bem...
Contratei uma pessoa para os a fazeres domésticos e continuamos comendo bobagens fora de hora. ..rs Meu bebe dorme por voltas das 22 hrs... Hoje o Pietro tem uma rotina mais estruturada, pois a pessoa que cuida dele tem longa experiência e é super regrada com horários. Depois que o baby dorme, geralmente, vou tomar um bom banho e fazer qualquer outra coisa que EU queira... Ser esposa nessa hora sempre é bom...rsrsrsrsrs
Beijos....
Pietro com 2 meses
Um comentário:
oi lindona, tme um selinho pra vc no meu blog, passa lá, bjo
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