Passamos toda gravidez imaginando como será o rostinho do nosso bebe que tantas vezes tentamos identificar naqueles ultrassons de imagens escuras e estranhas...rs Quando ele nasce, é uma alegria conhece-lo e ter certeza que nasceu perfeito.
Mas caros leitores deste blog...O parto é mesmo um momento de transição. Nasce um bebe e também uma mãe, ou seja, ambos precisarão "aprender" a exercer seu papel. Nem sempre é tão fácil como parece ou como as pessoas dizem ser.
Durante toda gestação eu tinha muito medo da hora do parto. A príncipio, eu tinha inclinação para escolha do parto normal. Minha mãe teve 3 filhos nascidos de parto normal e euzinha nascida de parto cesáreo. Ela sempre me disse que apesar da dor, o parto normal tinha muitas vantagens. No começo da gravidez eu não pensei muito nisso... Queria aplacar a azia, o sono e os enjoos e me empenhava nisso a maior parte das primeiras semanas gestacionais.
No entanto, no finalzinho da gravidez eu comecei a avaliar os prós e os contras de todos os tipos de parto que me interessou: normal, na água, humanizado, em casa e o cesáreo. De fato, o parto normal tem muitos benefícios, mas o medo e a ansiedade foram maiores e eu escolhi fazer uma cesárea já que tinha essa opção de escolha. Depois do parto, a sensação que tive é que fazem muito terror em torno do assunto. Me recuperei muito bem, o meu médico era simplesmente maravilhoso e o hospital parecia um hotel. Não tenho reclamações e sim , só elogios ao meu médico Dr. Mário Martinez, chefe da Obstetrícia do Hospital São Luiz e ao Hospital Santa Joana onde nasceu o Pietro, ambos em São Paulo.
Logo após o nascimento, ficamos numa sala pós operatória aguardando o efeito da anestesia passar. Nesse momento comecei a me dar conta de que eu e Pietro estávamos "nos separando". Meu corpo não era mais a casinha dele, meu coração não bombeava mais sangue para nós dois, minha alimentação não seria mais tão certinha com o propósito de nutri-lo bem, enfim... Dali por diante eu não estava mais no "controle" de tudo. Confesso que senti uma angustia e queria imediatamente pegar meu bebe no colo... Queria que "aquela" enfermeira que o levou para os primeiros procedimentos após nascer me trouxesse ele imediatamente! A anestesia demorou a ir embora e eu fiquei agoniada todo tempo querendo ver meu pequeno logo.
Ao chegar no quarto, fui acomodada e logo após meu marido entrou. Disse que o bebe estava no berçário que era lindo e estava bem. Eu estava me sentindo meio grogue e com sono. Passados alguns minutos o bebe veio para o quarto a fim de fazermos a primeira tentativa de amamentação.
Chegamos num ponto delicado dessa narrativa...
Durante 39 semanas eu preparei os seios com pomadas, massagens, esfoliações e tudo mais para que a amamentação fluisse da melhor forma, mas isso não aconteceu! Fiquei três dias no hospital recebendo orientações e ajuda para amamentar, mas simplesmente não rolou. Meu bebe não "pegava" o bico do seio de jeito nenhum. Ele tomava o leitinho num copinho, mas ficava nervoso, irritado e impaciente quando tinha que mamar no peito. Comecei a me desesperar ai! Eu tinha muito leite, mas não conseguia, nem com ajuda, amamentar meu filho. Isso para mim foi terrível! A minha frustração e meu nervosismo certamente foram percebidos pelo Pietro, pois cada dia que passava ficava mais difícil.
Conversando com meu obstetra, que muitas vezes foi mais que um médico, percebi que era um problema comum. Milhares de mães passam pelo mesmo dilema, mas EU não conseguia aceitar e acreditava que era a única mulher incapaz de fazer algo natural e inerente à maternidade. Ele citou inclusive, que na França, as mulheres não amamentam por opção e nem por isso os franceses são pessoas menos saudáveis ou com maior índice de mortalidade. Mas naquela fase, naquele momento, no calor da ocasião nada que me foi dito serviu de consolo. Eu estava vivendo um BABY BLUES intenso e insuportável e isso agravou muito a situação. O que é baby blues? Eu explico mais adiante, em outro post, pois o assunto merece...
Assim que cheguei em casa a batalha continuou. Tive assistência da minha mãe, da sogra, das cunhadas, de amigas, de mães recentes e de mães mais antigas... NÃO CONSEGUI! Uma bombinha manual passou a ser uma assistente razoável para que eu podesse ordenhar o leite... Eu tinha leite e já que o bebe não mamava diretamente no seio eu tirava e dava-lhe num copinho... Até sucumbir e me render à mamadeira convencional.
Durante um m~es eu tentei desesperadamente amamentar. Não consegui.
É fácil para muitas mães, mas para mim não foi!
Duro são as pessoas te julgando, como se VOCÊ não quisesse, não se esforçasse ou estivesse mesmo fazendo um corpo mole. Amamentar dói gente! Eu ordenhava leite com uma bombinha manual que lacerava o bico do meu seio até sangrar e mesmo assim eu insisti durante semanas. Certamente o ato de sugar do bebe também ia doer, talvez menos dor física do que a emocional que eu senti e as vezes sinto por tudo que aconteceu, mas... ainda existem pessoas que criticam e julgam sem se colocar no lugar da outra pessoa. Nunca duvide da dor do outro... Vc não está sentindo, então não diga que não é real...
Lembro-me de uma ocasião em que recebi a visita de uma amiga que tem uma bebe poucos meses mais velha que meu filho... Ela viu meu sofrimento e disse: Alê ele vai pegar, tenha paciência. Vc quer oferecer o peito para minha filha, que já e um bebe maior, para que ela possa sugar e ajudar na formação do bico? Eu aceitei na hora... Acontece que a filha dela não quis tbém... Imagine só como me senti... Naquele momento, o Pietro já chorava angustiado com fome e eu ainda não tinha ordenhado o leite na bombinha manual que estava me auxiliando... Essa ordenha era sempre sofrida... Doia muito e demorava um pouco... Pedi encarecidamente que essa amiga fizesse o inverso, amamentasse meu filho naquela hora e ele mamou por uns 20 minutos até adormecer...
O problema acho que era comigo, na verdade não sei... O fato é que não consegui, apesar de tentar e de QUERER muito amamentar. Não sei se faltou mais conhecimento, mais paciência, mais persistência, enfim. PARABÉNS às mães que amamentam! Essa tarefa não é nada fácil.
Depois de um mês, respirei fundo e admiti que tinha fracassado na primeira missão como mãe, mas sabia que o amor que sentia por aquele ser tão pequeno me faria ser vitoriosa em muitos outros aspectos. Aceitei que não sou perfeita e que fui até o limite que EU pude suportar tentanto. Á partir daí, me dediquei em cuidar do Pietro e ser a melhor mãe que podesse ser excluindo o quesito amamentar. Meu menino tem uma uma saúde de ferro, é forte, saudável, calmo e feliz à despeito do leite materno não ter sido sua principal alimentação até agora.
Meu bebe com 3 dias de vida!
Muitos Beijos!!! Até a próxima.
Muitos Beijos!!! Até a próxima.
2 comentários:
Nem sei como te agradecer por ter passado no meu blog e dado esse endereço!!!! São histórias de muitas de nós... eu continuo insistindo, meu filho tem apenas 18 dias de vida. Confesso que não está sendo fácil, doi bastante mesmo e algumas vezes ele pega só um lado aí eu ordenho o outro pra não empedrar. Sobre o parto, eu queria muito normal, mas não deu.. fiz cesárea, fiquei chateada por isso mas hoje entendo que foi o melhor pra ele. E o que importa hoje, é ele apenas ;o)) bjo
Postar um comentário